Forragens Verdes
Forragens Verdes
Andropogon
O andropogon pode ser recomendado para várias categorias e espécies animais. Apresenta mediana qualidade nutricional, principalmente por serem estabelecidas em áreas mais pobres da fazenda, porém se bem manejado apresenta boa produção de forragem para bovinos de cria, recria e engorda. Pode ser pastejado por eqüinos, sendo uma das opções para solos de baixa fertilidade e ácidos.
Este cultivar apresenta talos que podem lignificar rapidamente se não forem bem manejadas. Outro cuidado com este cultivar é o seu ciclo muito precoce que faz com que amadureça rapidamente. Por apresentar bom perfilhamento e talos vigorosos, o andropogon deve ser pastejado baixo, diferente de espécies eretas como os Panicum maximum.
Recomendamos o pastejo por 1 a 5 dias, com uma alta pressão de pastejo (oferta de forragem/quantidade de animais), podendo ser pastejado até uma altura de 15 cm de altura, eliminando assim boa quantidade de talos. O período de descanso varia de acordo com o clima, mas em média é de 25 a 30 dias no período chuvoso e de 30 a 50 dias no período seco (dependendo sempre das condições climáticas).
Características Agronômicas
Fertilidade do solo: | Baixa |
Forma de crescimento: | Cespitoso |
Utilização: | Pastoreio direto |
Digestibilidade: | Boa |
Palatabilidade: | Boa |
Precipitação pluviométrica: | Acima de 700 mm anuais |
Tolerância à seca: | Alta |
Tolerância ao frio: | Média |
Profundidade da semeadura: | 0,5 a 1 cm |
Ciclo vegetativo: | Perene |
Produção de forragem: | 8 a 14 t. ms/ha/ano |
Pontos de vc/ha: | 300-450 |
Resistencia a cigarrinhas | Possui resistência física (pelos) |
Brachiaria Decumbens
Disseminou-se rapidamente nas regiões de produção animal do país a partir da década de 1970, em função de suas características favoráveis para cultivo, especialmente em condições de solos de baixa fertilidade. Algumas características de destaque desta forrageira são: boas adaptabilidade aos solos ácidos e pobres; elevada produção de sementes ao longo do período chuvoso; fácil multiplicação por sementes; rusticidade, se adaptando bem às condições diversas de solo e manejo; alta capacidade de competição com plantas invasoras; boa produção de forragem, proporcionando melhor desempenho animal, quando comparada às pastagens nativas/naturalizadas. Entretanto, esta gramínea apresenta algumas restrições associadas com a suscetibilidade às cigarrinhas-das-pastagens e à fotossensibilização.
Apresenta crescimento decumbente, folhas pilosas e pode alcançar até 1 m de altura. Em geral, não tolera condições de encharcamento periódico ou permanente do solo, condição na qual tende a desaparecer dando lugar a plantas adaptadas a esta condição. A produção dessa forrageira é significativamente reduzida quando ocorrem muitas noites com temperaturas abaixo de 15 ºC, chegando a paralisar o crescimento durante os meses de inverno nas regiões mais frias. É boa opção para áreas montanhosas e de solos de baixa fertilidade.
Outro problema da B. decumbens está associado à fotossensibilização hepatógena, causada por uma toxina produzida pelo fungo Pithomyces chartarum. A presença do fungo é favorecida pelo acúmulo de material morto em decomposição na pastagem e a doença tem prevalência em animais jovens. A toxina lesiona o fígado, impedindo a excreção da filoeritrina, um produto do metabolismo da clorofila. Este agente acumula-se na corrente circulatória periférica, causando anorexia, diarreia e inflamações nas áreas despigmentadas ou clareadas da pele, úbere e orelhas. O tratamento deve ser feito com antitóxicos ou protetores hepáticos e pomadas cicatrizantes. O animal que apresentar primeiros sintomas de fotossensibilização deve ser colocado em outro tipo de pastagem e em lugar sombreado.
Características Agronômicas
Fertilidade do solo: | Baixa/Média |
Forma de crescimento: | Decumbente |
Utilização: | Pastoreio direto, fenação |
Digestibilidade: | Boa |
Palatabilidade: | Boa |
Precipitação pluviométrica: | Acima de 800 mm anuais |
Tolerância à seca: | Média |
Tolerância ao frio: | Baixa |
Profundidade da semeadura: | 2 a 4 cm |
Ciclo vegetativo: | Perene |
Produção de forragem: | 10 a 18 t. ms/ha/ano |
Pontos de vc/ha: | 400-600 |
Resistencia a cigarrinhas | Não tolera |
Brachiaria Marandú
A cultivar Marandu (braquiarão), da espécie B. brizantha, foi lançada pela Embrapa em 1984, sendo, atualmente, a forrageira mais cultivada no país. Outras cultivares da mesma espécie foram lançadas mais recentemente e disponibilizadas no mercado, com objetivo de diversificação de pastagens e aumento de produtividade, sendo elas: Xaraés, Piatã e Paiaguás. Algumas vantagens de gramíneas da espécie B. brizantha são apresentadas a seguir: elevado potencial de produção de forragem, normalmente maior que as espécies B. decumbens e B. ruziziensis; fácil multiplicação por sementes e rápido estabelecimento da pastagem; boa cobertura do solo e alta capacidade de competição com plantas invasoras; elevada flexibilidade para o manejo, suportando tanto o pastejo contínuo, quanto o rotacionado, embora esse último seja o mais recomendado, especialmente para situações de maior intensificação de uso do pasto; as cultivares Marandu e Piatã apresentam boa resistência às cigarrinhas-das-pastagens dos gêneros Notozulia e Deois. Entretanto, em algumas regiões do país, tem-se observado danos causados por cigarrinhas do gênero Mahanarva, o que pode limitar seu cultivo em áreas com altos níveis populacionais de cigarrinhas desse gênero; adaptação a solos de média fertilidade, mas com boa resposta ao aumento da fertilidade do solo por meio da adubação química, permitindo maior produção animal a pasto que a B. decumbens.
Características Agronômicas
Fertilidade do solo: | Média/Alta |
Forma de crescimento: | Cespitoso |
Utilização: | Pastoreio direto, fenação, Silagem |
Digestibilidade: | Boa |
Palatabilidade: | Boa |
Precipitação pluviométrica: | Acima de 800 mm anuais |
Tolerância à seca: | Média |
Tolerância ao frio: | Média |
Profundidade da semeadura: | 2 a 4 cm |
Ciclo vegetativo: | Perene |
Produção de forragem: | 10 a 18 t. ms/ha/ano |
Pontos de vc/ha: | 300-450 |
Resistencia a cigarrinhas | Tolerante |
Massai
O Panicum maximum cv. massaí é um híbrido obtido pelo cruzamento espontâneo entre as espécies Panicum maximum e Panicum infestum, tendo sua origem na Tanzânia, África.
Tem como característica a formação de touceiras com altura em torno de 60 cm, folhas quebradiças e sem cerosidade. A lâmina foliar apresenta pelos curtos e duros na face superior da folha. O sistema radicular é profundo, permitindo a absorção de água e nutrientes que estão presentes nas camadas mais profundas do solo, permitindo uma boa produção de forragem durante a estação seca do ano. O período de florescimento ocorre na época das chuvas (outubro a maio) com maior intensidade no mês de abril.
Recomenda-se realizar adubação de manutenção anualmente com cerca de 200 kg de fórmula N-P-K 0-20-20, ou equivalente, e 50 kg a de 150 kg de N/ha, conforme o nível tecnológico da propriedade. Deve-se alternar as fontes de N entre ureia e sulfato de amônio. A cada 2 anos recomenda-se a aplicação de 2 t/ha de calcário dolomítico para adequação da acidez do solo.
No sistema de pastejo rotacionado, utiliza-se um período de pastejo de 7 dias e um período de descanso de 35 dias. No entanto, como o Massai apresenta velocidade de rebrota elevada, pode ser reduzido o tempo de descanso da pastagem para cerca de 21 a 28 dias, e assim, aproveitar uma melhor qualidade da forrageira. Em geral, as gramíneas tropicais tem a qualidade reduzida conforme se aumenta o período de descanso da pastagem.
Outra recomendação importante é que no manejo de formação da pastagem, deve-se realizar cerca de 60 a 100 dias após a germinação, um pastejo com alta lotação animal para diminuir a concorrência das plantas, eliminar as gemas apicais e assim estimular o perfilhamento da forrageira, o que vai melhorar a cobertura do solo de maneira mais rápida.
Características Agronômicas
Fertilidade do solo: | Média |
Forma de crescimento: | Cespitoso |
Utilização: | Pastoreio direto |
Digestibilidade: | Boa |
Palatabilidade: | Boa |
Precipitação pluviométrica: | Acima de 600 mm anuais |
Tolerância à seca: | Média/Alta |
Tolerância ao frio: | Média |
Profundidade da semeadura: | 1 a 2 cm |
Ciclo vegetativo: | Perene |
Produção de forragem: | 15 a 18 t. ms/ha/ano |
Pontos de vc/ha: | 300-450 |
Resistencia a cigarrinhas | Tolerante |
Mombaça
O capim-mombaça é conhecido mundialmente por sua alta produtividade, qualidade e adaptação a diferentes condições de clima e solo. No entanto, esse capim é exigente em fertilidade do solo. Assim, os investimentos em fertilizantes devem ser obrigatoriamente considerados, principalmente, quando o sistema de produção animal for intensificado.
Semelhante a outros capins tropicais, o capim-mombaça apresenta de 70 a 80% de sua produção durante o período das águas. Dessa forma, recomenda-se que tenha seu uso concentrado no período das águas para permitir o melhor aproveitamento da forragem de alta qualidade produzida. Por apresentar porte alto e com grande acúmulo de colmo, deve ser manejado na forma de pastejo rotacionado.
O manejo baseado em dias fixos e pré-determinados de descanso, apesar de facilitar o planejamento do pastejo rotacionado, resulta em ineficiência do sistema, uma vez que, dependendo da época do ano e das condições vigentes de crescimento, pode ser demasiado curto, o que levaria a perdas de produção de forragem; ou demasiado longo, o que resultaria em perdas de quantidade e de qualidade de forragem. Assim, para a colheita eficiente tanto em quantidade quanto em qualidade, deve-se adotar a rotação flexível dos pastos. Isto é, os animais devem entrar no piquete quando o pasto atingir a altura de 85 a 90 cm e devem permanecer pastejando até que o pasto tenha sido rebaixado para 30 a 50 cm.
Semanalmente, deve-se utilizar uma régua para medir a altura dos pastos que estão em descanso para prever o número de dias necessários para que o próximo piquete da sequência esteja em condição de receber os animais (máximo de 90 cm). Essa previsão deverá ser usada para definir o período de ocupação do piquete em uso e assegurar que o término do pastejo em um piquete coincida com o início do patejo no próximo piquete e assim sucessivamente. Utilizando-se dessas recomendações espera-se ganho de peso diário dos animais entre 700 e 800 g (média do período das águas). A taxa de lotação dependerá do acúmulo de forragem no período, que será função da adubação nitrogenada.
A adubação de manutenção foi de 90 kg/ha P2O5 e 90 kg/ha de K2O aplicados em outubro, e 200 kg/ha de N parcelados em quatro e aplicados em outubro, dezembro, janeiro e fevereiro. As médias das taxas de lotação, ganho médio diário e ganho de peso vivo por área foram de 3,8 UA/ha, 750 g, e 930 kg/ha de peso vivo.
Ressalta-se que, mesmo no período das águas, o acúmulo de forragem não é uniforme, ao longo dos diferentes intervalos de pastejo quando se procura atingir uma mesma condição de pasto no pré-pastejo. Consequentemente, há variações nas taxas de lotação, ao longo do período das águas, de modo a possibilitarem os ajustes das alturas-meta no pré e pós-pastejos.
A maior dificuldade na assimilação deste critério de manejo por parte dos produtores é consequência da decisão de o que fazer com os animais que são retirados do pasto. A principal resposta a esta pergunta resume-se no planejamento e no acompanhamento da produção de pasto de todas as áreas da propriedade. Nesse sentido, é importante notar que para se proceder ao manejo correto do pasto de capim-mombaça, baseado nas alturas de entrada e de saída dos animais, é necessária área reserva para realocação dos animais sempre que não for possível atingir a altura-meta. Na prática, o uso de áreas reserva têm sido necessário no início da primavera e no fim do outono e, eventualmente, na ocorrência de veranicos.
Características Agronômicas
Fertilidade do solo: | Alta |
Forma de crescimento: | Cespitoso |
Utilização: | Pastoreio direto, fenação e silagem |
Digestibilidade: | Boa |
Palatabilidade: | Boa |
Precipitação pluviométrica: | Acima de 800 mm anuais |
Tolerância à seca: | Média |
Tolerância ao frio: | Média |
Profundidade da semeadura: | 1 a 2 cm |
Ciclo vegetativo: | Perene |
Produção de forragem: | 28 a 30 t. ms/ha/ano |
Pontos de vc/ha: | 300-450 |
Resistencia a cigarrinhas | Tolerante |